CUIDADOS COM RECEM NASCIDO

CUIDADOS COM RECEM NASCIDO

CUIDADOS COM RECEM NASCIDO.

 

 
Recém-nascido: 18 cuidados essenciais

 

O nascimento do primeiro filho gera ansiedade dúvidas: por que ele não para de chorar? O que fazer para aliviar as cólicas? Qual o jeito certo de segurá-lo? Descubra

 

1. Por que o recém-nascido chora tanto?

O bebê chora porque quer alguma coisa. Os motivos variam: fome, fralda suja, frio, calor, posição desconfortável, incômodo, irritação por barulho ou luz, estresse diante da movimentação de adultos e por aí vai. É claro que, às vezes, o cansaço e a falta de sono podem fazê-lo perder a paciência. Mas lembre: essa é a única forma de expressão do pequeno. Se você perceber que está irritada demais, peça ajuda a alguém, tente sentar, respirar fundo e se acalmar. Tudo vai dar certo. Mesmo porque, a partir dos quatro meses, a tendência é que o pequeno chore menos.

 

2. O que posso fazer para aliviar as cólicas?

A cólica é um fantasma que habita o inconsciente coletivo das mães, já que ela realmente pode tornar a vida dos pais um tanto angustiante nas primeiras semanas de vida da criança. Mas não perca as estribeiras. As cólicas são normais. Fazem parte do amadurecimento natural do sistema digestivo do pequeno. E não adianta medicar ou dar produtos naturais. Isso pode ser até perigoso, causando intoxicações. O melhor remédio é o leite materno. Aquecer a barriga, aconchegar o bebê e deixá-lo na posição fetal também são medidas que ajudam a contornar a situação. Agora, é preciso saber se a cólica é mesmo o motivo da choradeira. A confusão é bastante comum. Choro de cólica é aquele mais intenso, que começa e termina de forma repentina.

 

3. Posso dar água ou chá para meu bebê?

De preferência, não. O leite materno nutre, hidrata e acalma, suprindo todas as necessidades da criança. Quando a mãe dá chá ou água, o pequeno deixa de tomar o leite materno e ingere quantidades menores de proteínas e calorias necessárias para o seu desenvolvimento. Sem falar que a maioria dos chás contém estimulantes que deixam o bebê agitado. Se forem servidos com açúcar, pior ainda. Os grãos podem fermentar e causar cólicas. Além disso, há o risco da chamada confusão de bicos, que faz com que a criança largue o peito da mãe sem necessidade e adote a mamadeira.

 

4. Qual o jeito certo de segurá-lo?

É normal: carregar um recém-nascido dá aflição. Até mesmo para a mãe. Afinal, segurar no colo alguém tão pequenino e flexível requer bastante cuidado – mas nada que você não tire de letra nos primeiros dias. Como a musculatura do pescoço é pouco desenvolvida, é preciso apoiar bem a cabeça e as costas do bebê. A melhor maneira de fazer isso é encaixar a cabeça na dobra do cotovelo e as costas no antebraço. Importante: nunca faça movimentos bruscos e preste atenção para não pressionar demais, ou bater, a parte superior da cabeça da criança, também chamada moleira, já que os ossos do crânio ainda não estão totalmente formados.

 

5. Qual o melhor horário para dar o banho?

Não existe regra. Em geral, as mães preferem dar à noite para acalmar a criança antes do sono, além de contar com a ajuda do marido. Mas o critério é pessoal. Pode ser em qualquer horário. O mais importante é verificar a temperatura da água com a parte sensível do seu braço, ou com o punho. Se estiver morna, coloque o bebê ali sem receio. Não há necessidade de termômetro. Mas, caso queira usá-lo, veja se marca algo entre 36 e 37 ºC. Ao entrar na água, ele chora? Não se culpe por isso. É normal esse tipo de coisa acontecer. Os pequenos se assustam nessa hora por insegurança. Para contornar a situação, enrole-o em uma fralda de pano em posição fetal. Isso lhe trará o conforto e a segurança de que tanto necessita. Depois, vá soltando a criança ao poucos, até ela se acostumar.

 

6. Em que posição devo colocá-lo para dormir?

De barriga para cima, e sem neura. Os estudos mais recentes mostram isso. Fique tranquila se o leite voltar. Seu pequeno terá reflexos para se defender. Ainda assim, é muito importante só deitá-lo depois de arrotar. Se a criança regurgita demais, é possível usar suportes triangulares para mantê-la deitada de lado, sempre com travesseiro do tipo antissufocamento. Em caso de refluxo, além do acompanhamento médico, procure inclinar a base do berço o máximo que der. Só não passe dos 45 graus.

 

7. É normal fazer cocô muitas vezes num único dia?

No começo, o bebê evacua a cada mamada. Como ele só se alimenta de leite, é absolutamente normal que as fezes sejam pastosas. Em alguns casos, podem até ser líquidas com gruminhos. Por isso, não precisa se preocupar: ele não está com diarreia. A cor também é bastante característica: amarelo-ouro.

 

8. Tudo bem se ele ficar muitos dias sem fazer cocô?

O recém-nascido pode ficar até dois dias sem evacuar. Isso não é comum, principalmente em crianças que mamam no peito, mas pode acontecer. Uma dica é estimular o ânus do bebê com uma gaze enrolada no dedo. Em geral, só de tocar superficialmente a região, o pequeno já consegue fazer cocô. Se o problema persistir, procure um pediatra.

 

9. O bebê precisa arrotar toda vez que mama?

Ele não precisa necessariamente arrotar, mas o ritual do colo é fundamental e tem de ser repetido depois de cada mamada. Deixe a criança em posição vertical deitada de barriga sobre seu tórax e dê tapinhas muito sutis nas costas. Ela deve arrotar logo. Agora, se não ouvir a eructação (sim, esse é o nome) após 15 minutos, pode deitá-la sem medo. O arroto é importante porque o bebê engole ar enquanto suga o leite e precisa colocá-lo para fora. Caso contrário, vai ficar incomodado e até regurgitar.

 

10. Posso sair pra passear com ele?

Sim, desde que siga algumas regras básicas. A primeira delas, muitas vezes esquecida, é colocar a criança sempre na cadeirinha própria para transporte em automóveis. Outra: fuja de locais fechados e aglomerações, mesmo que seja na casa dos avôs. Um simples resfriado pode ter consequências mais sérias em um recém-nascido. O frio e o vento também podem ser bastante nocivos para o bebê. Procure agasalhar principalmente a cabeça dele. Mas sem exageros. Calor demais faz mal.

11. Será que ele está com frio? Devo caprichar nos agasalhos?

O excesso de roupa pode causar até febre ou desidratação no bebê. Fique atenta a isso. A sensação de frio do recém-nascido não é muita diferente da sua. Enrolá-lo em duas cobertas numa tarde quente de primavera seria uma decisão errada. Se a temperatura for de 30 °C, pode deixá-lo com uma camiseta de manga curta e tecido fino.

 

12. As visitas podem carregar o bebê?

Podem, mas nada de beijo. Exija também que todos lavem as mãos. E gente espirrando nem deve passar perto do pequeno – o melhor é aparecer outro dia. É que nessa fase as defesas das crianças, principalmente contra os famigerados vírus, ainda estão em desenvolvimento. Outra coisa importante: não permita tumultos em casa ou a peregrinação de colos. Tanto você como o bebê precisam de tranquilidade. Aliás, as visitas devem permanecer na sala e não no quarto do bebê. Se alguém insistir em vê-lo dormindo no berço, permita apenas uma pessoa por vez. A presença de muitas pessoas pode estressá-lo.

 

13. Preciso acordá-lo de três em três horas para mamar?

Quem decide a hora de mamar é a criança. Dê o peito a ela sempre que quiser. Em geral, isso deve acontecer sete ou oito vezes ao dia, o que significa uma mamada a cada três horas. Mas podem ser dez ou seis, e tudo bem! Não existe regra. Agora, se você tem um filhote muito dorminhoco, uma dica é aproveitar as trocas de fralda, que devem acontecer a cada quatro horas no máximo, para oferecer o peito.

 

14. Será que ele tem refluxo?

O refluxo é a exceção, e não a regra. Ele só se caracteriza quando a criança perde peso mesmo mamando. Daí a importância do acompanhamento médico. Mas a regurgitação é normal. É um fenômeno que acontece por causa da imaturidade da válvula que controla a passagem do leite no esôfago. Ou, então, porque o bebê mamou mais leite do que seu estômago comporta. Seja como for, não se desespere cada vez que o líquido voltar. Procure apenas fazê-lo arrotar após as mamadas e, se ele é desses que expelem golfadas em forma de jatos, procure inclinar a base do berço.

 

15. E se meu leite for fraco?

Não existe leite fraco ou forte. A mãe produz todos os nutrientes necessários para seu filho. O que acontece é que a composição do líquido varia. Assim, as quantidades de proteínas e gorduras mudam de uma mamada para outra ou até durante uma mesma mamada. Por isso, é fundamental que o pequeno esvazie os dois peitos por completo – e que você esteja a postos para oferecê-los sempre que ele quiser. Além de ter a certeza de que a criança está bem nutrida, isso vai ajudar você a voltar à forma mais rapidamente. É que o hormônio responsável pela reposição de leite é o mesmo que estimula a contração do abdômen.

 

16. O que faço para o bebê conseguir mamar?

Amamentar é uma tarefa que exige orientação. Não ache que você vai conseguir dar o peito com facilidade para seu primeiro filho sem receber alguma instrução. Nessa hora, avós, enfermeiras e até médicos se tornam tutores. No passado, a mulher recebia todas as referências em casa. Hoje em dia, as famílias estão mais dispersas e menos participantes. Por isso, fique alerta. Existem técnicas para tornar os mamilos mais propensos à amamentação, inclusive para evitar rachaduras. Agora, se o bebê demorar para pegar o peito e começar a chorar, não se desespere. E, principalmente, não desista do aleitamento. Vale a pena ter paciência e insistir.

 

17. Posso mexer no umbigo do meu filho?

Não só pode como deve. Ignore qualquer um que fale o contrário. Com o tempo, essa cartilagem vai secar e cair. Mas é preciso limpá-la para evitar contaminações. E isso não causa dor na criança. Portanto, faça o curativo sempre, de preferência após o banho. Sair sangue também é comum, não se preocupe. Use cotonete com álcool 70%, contornando o umbigo com delicadeza e sempre em um único sentido – no sentido horário, por exemplo. Ele vai cair entre sete e 14 dias.

 

18. Posso comer qualquer coisa ao amamentar?

O ideal é seguir uma dieta saudável, rica em frutas, legumes, verduras e grãos integrais. Água também é muito importante. Procure beber de 1 litro e meio a 2 litros além do que você já consome – tenha sempre uma garrafinha por perto e tome mesmo sem ter vontade. A água é essencial para a formação do leite. Temperos mais fortes, como alho e pimenta, são contraindicados. Eles alteram o gosto do leite e isso pode ter reflexos na amamentação. Chocolate, café, erva-mate e outros alimentos do gênero também devem ser evitados. A cafeína agita a criança e atrapalha o sono. Por fim, evite exagerar no leite de vaca, que pode induzir a uma intolerância da criança à proteína desse alimento.

 

 perguntas e respostas sobre os cuidados com o bebê

 

 
50 perguntas e respostas sobre os cuidados com o bebê

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Como aliviar as cólicas? Como amamentá-lo quando a licença-maternidade chega ao fim? Respondemos as dúvidas mais recorrentes sobre o primeiro ano de vida do pequeno

 

 

1. Qual a maneira correta de limpar o umbigo do recém-nascido?

Umedeça um cotonete (ou algodão) com álcool a 70% (adquirido em farmácia) e passe na superfície do curativo pelo menos três vezes ao dia. Tenha o cuidado de limpar todo o entorno do umbigo para evitar infecções. Continue fazendo a limpeza até três dias após a queda do curativo.

 

2. Como sei que ele está com cólica ou fome? Tem diferença no tipo de choro?

O choro causado pelo desconforto das cólicas intestinais é diferente do da fome. Mas fique tranquila, pois, com o tempo e a convivência, você aprende a distinguir cada chorinho: fome, frio, sono, calor, xixi, fralda apertada, dor, mimo e assim por diante. No caso da cólica, considere que é uma situação transitória, mais frequente no final da tarde e à noite. Em geral, as queixas começam na segunda semana de vida do bebê e cessam no quarto mês. É um choro intenso e súbito, que deixa a criança irritada e agitada até três horas por dia. Além disso, diferentemente do que acontece na fome, dar o peito não resolve.

 

3. O que posso fazer para aliviar as cólicas?

As cólicas são o resultado de um processo natural do desenvolvimento gastrointestinal da criança e que dura de três a quatro meses. Portanto, procure manter a calma diante do choro do seu bebê. A ansiedade do adulto só faz piorar a situação. Ambiente tranquilo e música suave são sempre bem-vindos. Banho morno (em posição fetal) também. O mesmo se aplica a compressas mornas na barriguinha com toalhas felpudas passadas a ferro. Elas têm um efeito analgésico (mas teste antes o calor da toalha em sua própria face). Outra dica: movimente as pernas do bebê, fazendo-o pedalar no ar. Esse exercício pode ajudá-lo a eliminar o excesso de gases. Procure ainda massagear a barriguinha do bebê no sentido horário. A amamentação no peito (sempre seguida de arroto) também contribui para o alívio dos desconfortos. Agora, o mais importante é ter paciência para acalmar o bebê, aconchegando-o no colo, barriga com barriga, ou apoiado de bruços na extensão do seu antebraço. E atenção: oferecer chás entre as mamadas pode prejudicar a amamentação, além de não resolver as cólicas. Já os remédios “contra gases” têm pouca eficácia.

 

4. É verdade que a minha alimentação pode influenciar nas cólicas do bebê?

Esse é um tema ainda controverso. Faltam mais estudos científicos, mas existem relatos de que alguns alimentos ingeridos pela mãe deixam os bebês mais agitados. É o caso de chocolate, refrigerantes, café, alguns tipos de chá e até mesmo o próprio leite de vaca. Soja, trigo e nozes presentes na dieta da mãe também são suspeitos de provocar cólicas nos bebês.

 

5. O que faço para ter mais leite?

O leite materno é produzido sob demanda. Quanto mais o bebê suga, mais você o produz. Em outras palavras, confie na sua capacidade de amamentar e tudo ficará bem. Agora, para tornar essa tarefa ainda mais tranquila, existem algumas dicas básicas. Procure oferecer o peito com frequência, sempre que o bebê quiser, de dia e de noite, a qualquer hora. Livre demanda. Certifique-se de que ele está bem acomodado no seu colo e pegando o bico da mama corretamente. As duas mamas devem ser esvaziadas a cada mamada, alternando a ordem de início (comece uma mamada com o peito que terminou a última). Beba mais líquido (pelo menos de oito a dez copos por dia) e repouse entre as mamadas. Fuja do estresse, que atrapalha e muito o afluxo de leite. Sessões de relaxamento com massagens no dorso das costas costumam aliviar as tensões. A divisão das tarefas tanto da casa quanto do bebê também. No caso de bebês prematuros, que não podem mamar, faça você a ordenha. Isso ajuda a manter a produção. E ainda dá para fazer doações a bancos de leite.

 

6. Meu bebê quer mamar o tempo todo. Isso é normal?

Normalíssimo. O bebê mama, em média, a cada três horas, ou seja, de oito a dez vezes por dia. Alguns, porém, podem encurtar esses intervalos, ficando entre 12 e 15 mamadas em menos de 24 horas. É a maneira que eles têm de estimular a produção de leite e ajustá-la à sua necessidade de crescimento. Daí a importância de dar o peito sempre que o bebê requisitar. Ele sabe o quanto precisa.

 

7. Toda vez que dou de mamar, preciso fazer o bebê arrotar?

É muito importante colocar o bebê para arrotar após cada mamada (fazendo isso, você previne que ele regurgite e, pior, engasgue com o leite). Mas isso não significa que ele vai, de fato, soltar os gases do estômago. Algumas vezes, o bebê simplesmente não arrota. Seja como for, mantenha o ritual do arroto, posicionando o pequeno junto ao ombro, na vertical, e dando tapinhas sutis em suas costas. Só assim você dará à criança a oportunidade de eliminar o ar que engoliu – que pode vir acompanhado de leite. Agora, se ele não arrotar entre 20 e 30 minutos, tudo bem. Por precaução, procure apenas colocá-lo no berço de barriguinha para cima com a cabeceira suspensa. Importante: bebês que mamam em mamadeiras merecem atenção redobrada no quesito arroto, uma vez que costumam engolir mais ar por causa das diferenças entre os bicos.

 

8. Qual a posição correta de colocar o recém-nascido para dormir: de lado, de bruços?

O ideal é deixá-lo de lado ou de barriga para cima. Nessas posições, eles correm menos riscos de se engasgar com leite ou se asfixiar no travesseiro. O uso de almofadas em forma de triângulos para escorá-los não tem contraindicação. Mas evite colchões muito macios, cobertores fofos e mantas grossas. Além disso, o ambiente deve ser arejado, e as roupas da criança, adequadas.

 

9. Qual o melhor momento para furar a orelha da minha filha?

Não existe um prazo preestabelecido. Alguns afirmam que o brinco já pode ser colocado logo que o bebê sai da maternidade.

 

10. Como faço para desentupir o nariz do bebê?

Limpe as narinas do bebê com soro fisiológico. Ele deve ser aplicado através de conta gotas ou spray nasal. Inaladores e umidificadores também são bastante eficazes, principalmente se o ar estiver muito seco. E atenção: jamais tente introduzir cotonetes no nariz de um recém-nascido, pois os canais são estreitos e podem sofrer lesões. O mais indicado nesse caso são bombinhas manuais de sucção, aquelas que parecem uma pera.